terça-feira, 6 de julho de 2010

O poder da mente.

Engraçado como a mente humana é fraca, facilmente influenciada. Não há garota que, ao chegar à juventude, não se preocupe com aparência física. Há sempre um erro em seu corpo e ela tentará corrigi-lo sem pensar muitas vezes, uma vez que sua imagem diz quem você é. E é aí que essa garota erra, em achar que tudo gira em torno de beleza física e sem esta não sobreviverá ao mundo das cobranças, mundo esse que julga o saudável como magro, e o "gordo" como doente, criando uma parede ao redor dessa mesma garota que não sabe como escapar. Aliás, ela sabe, se sacrifica para enquadrar-se no mundo miserável que impõe um padrão de beleza totalmente absurdo e desnecessário, atingindo o interior mental de um indivíduo frágil e feminino - em sua maioria - rapidamente. Ridículo. Mulheres esbeltas servem de exemplos a serem copiados; roupas, cabelo, CORPO, principalmente. O que essa garota faz? Chora, o desejo de ser igual à uma mulher da capa da revista é maior que a preocupação em gostar de si mesma, em se amar da forma que nasceu até sua morte. E como se não bastasse, odeia a própria vida por ser 'assim'. Assim como? Assim - na mente dela - : feia, gorda, burra, inútil, mal amada, sem amigos, culpada de tudo, por tudo, e na hora de se alimentar, se culpa novamente. "Pra quê comer? Já estou gorda o suficiente pra colocar um pedaço de comida na boca!!!". Sim, essa adolescente pensa assim, age assim, mas não se arrepende - até o momento - por fazer isso. Não se importa mais para opinião e conselho de ninguém, amizades estão prestes a pular do abismo, mas ela só pensa em entrar pro mundo dos bem aceitos. Inocente, não enxerga o grande truque do mundo surreal, aquele fingimento chamado "photoshop", fingimento manipulador de mentes ingênuas que ainda consegue obter sucesso. Mais além, ela procura ajuda, ajuda no sentido errado, faz testes à procura de uma solução convincente pra que possa parar com a paranóia de emagrecimento, mas força respostas pra comprovar que realmente está doente, o psicológico já não é o mesmo há muito tempo. Sem ideia do que fazer, pára de comer, e não há motivos. Ou melhor, HÁ motivos sim, mas ela não consegue compreendê-los, passa minutos, horas, dias de sua vida sofrendo sozinha, sem contar pra ninguém o que se passava. E o que se passava ganha o nome de anorexia. Anorexia no século XIX é algo comum, posso dizer. Existem garotas que fazem por "modinha" e colocam em risco a própria vida. Mas essa garota, a garota de todo o drama já escrito até agora, não fazia NOÇÃO do que estava praticando, mas achava tudo normal. O tempo passa, ela cresce, amadurece um pouco, mas tem recaídas com a mesma coisa: o corpo. Nada, depois dos 12 anos, se torna tão importante e indispensável como o físico. Tantos elogios não lhes serviram de nada, a anorexia passou, mas com opiniões alheias mal expressadas, a bulimia lhe ataca, escova de dente é garfo e faca usados de maneira inversa. Não se coloca tanta comida na boca, mas se tira o dobro dessa comida do estômago, a todo custo, a toda força. E como de costume dizer isso, nada é mais importante que o físico. Ela chora, ela tem medo, ela esconde a verdade, pra alcançar um objetivo, ela escala as piores montanhas sem equipamento algum. Mas quem conhecimento tem, não vai tão além em atitudes perniciosas. Ela pensa três vezes ou mais, e procura ajuda, dessa vez, saudável e correta. Anorexia e bulimia superadas, ela volta a ter a vida normal, como toda garota normal. Seu psicológico ainda fora de ordem, mas forte o suficiente para não repetir atos passados e maduro o bastante para enfrentar os obstáculos seguintes com os pés no chão. Essa história é real. E a garota protagonista sou eu, Laís Bayer.

2 comentários:

  1. "Mas forte o suficiente para não repetir atos passados e maduro o bastante para enfrentar os obstáculos seguintes com os pés no chão. " Segue com essa frase amiga :*

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