terça-feira, 6 de julho de 2010

O querer infinito.

Amada infância que não volta mais. Bom seria se o tempo funcionasse a nosso favor, a nosso querer, sem que haja prejuízo. Capitalismo não existe na vida de uma criança; horários não eram necessários, senão escolares. Comidas não eram controladas, a mente inocente não conhecia a 'importância' da beleza exterior, do mundo fútil onde o físico é mais idolatrado que mente e coração. Nada mais importava, era tudo uma imensidão de alegria, cada brinquedo, cada sorriso, cada novo rosto... E os choros? Faziam parte do aprendizado. Tudo é tão passageiro, tão veloz, a juventude chega, não nos avisa, mas nos mostra que é hora de começar a amadurecer e enfrentar, nós mesmos, alguns caminhos difíceis. A começar pela compreensão da mente adolescente. Nada é mais complicado que entender tal mente cujas ideias não são "normais" para os pais. É natural do homem querer ser, querer ter, querer poder, querer, querer e querer, e na puberdade isso é mais explícito, já que o jovem quer sempre a atenção voltada para ele; quer sempre ser o mais ousado, quer ter os melhores calçados, as melhores roupas, a melhor popularidade, o melhor nome, o melhor cabelo, o melhor corpo, a melhor beleza, a melhor casa, as melhores comidas. Jovens associam tudo isso à própria vida, sem culpa, óbvio, o universo lhes obriga a ser assim, o mercado de trabalho exige tais características, o mundo da fama os ilude com propagandas. Criam, assim, a ideia de "querer sempre mais para poder e ter sempre mais, e isso é o que basta", a felicidade se resume à isso, a vida não é tão mais importante que o dinheiro, que a fama em excesso, tudo se transforma em algo tão ilusório, tão surreal, que acaba se realizando. E uma vez realizado, um sonho nunca deixa de acabar. Querem ser O melhor em tudo, acima de todos, inclusive de Deus. Se lembrassem que uma palavra dita, um gesto feito, sempre terá uma consequencia, boa ou ruim, usariam a cabeça para pensar, não só para segurar um cabelinho liso e com um 'ótimo' corte. O querer ser mais é o querer que destrói,destrói personalidade, e nunca findará.

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